08 outubro 2014

A um passo do abismo!


 A humanidade em geral e a civilização do sec XXI em particular, tem uma predileção especial em caminhar sobre o fio da navalha, assumindo atitudes de  risco que são típicas de fases juvenis dos seres humanos individuais.
Foi a guerra fria do sec XX, sempre a um passo da guerra nuclear generalizada. Foi o consumo descontrolado de combustíveis fósseis, sempre a um passo do desastre climático, ignorando os avisos da ciência e do clima. É o uso descontrolado (e com experiências muitas vezes secretas) de organismos geneticamente modificados, quando ainda estamos no início da compreensão do funcionamento dos mecanismos da vida, sempre a um passo de um desastre biológico à escala planetária. Foi e é o "esquecimento" generalizado por políticos e governantes mundiais, das regras de prudência dos 3 R, quando se impunha uma concertação global sobre a nossa evolução conjunta num futuro imediato. Isso conduz-nos todos a um passo de uma sociedade de escassez, em vez do nos dirigirmos em conjunto para uma sociedade da abundância preconizada por Karl Popper.
É o claro retrocesso planetário dos direitos dos cidadãos em favor dos "direitos" do capital financeiro, fazendo-nos aproximar do abismo dos estados totalitários, em vez de usufruirmos dos benefícios da revolução cientifico-técnica e da 4ª revolução da igualdade em curso desde o último quarto do sec XX.
Temos escapado sempre ao pior cenário, mas não é prudente continuar a abusar da sorte. A nossa capacidade de sobrevivência global não é ilimitada e se continuarmos a acumular erros básicos, de um momento para o outro pode rebentar o fio que segura a espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças.
O desastre sanitário (vírus ébola) que se abateu sobre a África equatorial e que já teve repercussões na vizinha Espanha, é disso uma prova cabal. 

Perante a iminência de catástrofes globais ou localizadas continuamos a comportar-nos como miúdos incautos a brincar com o fogo. Existem recursos científicos e tecnológicos que aliados  a uma atitude prudente nos permitiriam enfrentar os problemas atuais e alguns previsíveis para um futuro próximo. 
Nunca poderemos esquecer que temos o abismo da aniquilação como destino certo. Isso deriva das leis da termodinâmica, no entanto podemos afastar-nos conscientemente desse cenário nos tempos próximos em vez de caminharmos inconscientes pelas bordas do precipício.
 Vivemos num planeta azul muito bonito e aprazível, mas único no universo observável ao nosso alcance.
É conveniente não nos esquecermos que só temos uma vida e um só planeta à nossa disposição.

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