09 abril 2024

A Sentença de Salomão - Parte 2

No primeiro artigo desta série, interrogava-me sobre que amor poderiam ter aos seus povos, os governantes da Ucrânia e da Rússia que lançaram os dois países numa guerra fratricida local, sem fim à vista.
 Esta guerra caminha a passos largos para se transformar numa guerra global entre blocos que está a ponto de causar o maior retrocesso de que há memória  na economia, nas liberdades e nas garantias constitucionais dos cidadãos de todo mundo, fazendo antever num futuro próximo uma verdadeira "Idade das Trevas"(1) , um retrocesso civilizacional, sem precedentes na história, no caso  de os beligerantes recorrerem ao armamento nuclear de que dispoem.
Interrogo-me ainda hoje sobre os verdadeiros motivos que levarão o governantes das potências nucleares como Vladimir Putin, o atual presidente Russo a fazer referêcia explícita ao possível uso do armamento nuclear.
 Ou  que objetivos têm os  dirigentes  da UE, da Nato, de muitos estados europeus e dos USA ao fazeram referência implícita a esta arma, aterrorizando os seus povos com a ameaça do poder do inimigo Russo.
Na Europa, a França, a Inglaterra, a Alemanha e a Chéquia  também têm planos para envolvimento direto no conflito, enviando forças militares para território, segundo documentos secretos divulgados  recentemente por orgãos de informação credíveis. Sendo que a França, através do seu presidente, também fez referência explícita muitas vezes reiterada, ao dizer que vai enviar forças militares para o território ucraniano para participar diretamente nas operações de combate aos Russos e instou todos os outros países europeus a fazer o mesmo, com o mesmo argumento da ameaça do inimigo Russo.
Torna-se assim evidente que, neste momento,  a guerra já não é entre dois países por razões de ideologia ou de reivindicação de domínio territorial, mas é sim, entre vários complexos militares industriais, com o objetivo de aumentarem o seu poder e os seus lucros, assumindo o domínio mundial deste setor altamente lucrativo.
 Os  seguintes complexos militar-industriais, dispoem de bombas nucleares:
- O bloco formado pela Rússia, China e Coreia do Norte (também chamado de bloco oriental)
- O bloco AngloSaxónico  Euro Americano constituído pela - NATO , UE  e Israel
- Bloco Árabe - Muçulmano ( Irão - Turquia, Paquistão e países árabes produtores de petróleo)
 Além destes interesses diretos das indústrias militares  citadas, estão também envolvidos interesses indiretos do  bloco dos países que formam os BRIC  como India (com armamento nuclear), Brasil e República da África do Sul (que o podem ter a curto prazo).e dos países produtores de tecnologia digital Taiwan e Japão.
Na hierarquia superior, a coordenar todos estes interesses, definindo os planos estratégicos  e operacionais e financiando as partes beligerantes, em todas as fases e locais da contenda, estão as faces ocultas alta finança mundial.
Confirmando-se tão eclético envolvimento, podemos concluir com cinco sigmas de certeza, que os povos Russo e Ucraniano são apenas peões num tabuleiro de xadrez de interesses de faces ocultas, que os manipulam e usam na guerra, no verdeiro sentido dado por Karl Von Clausewitz no seu tratado sobre este tema (Von Kriege). "A guerra é a continuação  da política por outros meios".
Que objetivos ocultos terá esta política de aparente  suicídio coletivo ao estilo dos lemings?

Uma hipótese tenebrosa

Na espécie humana, a política é a expressão da luta pelo " Tacho " e pelo "Penacho" , como método comum de seleção da geração dominante seguinte.
Para espécie humana, como super predadora planetária de topo, já não tem competição à sua medida na terra ( nem na nossa galáxia, segundo está escrito por Lazarus Long no seu Bloco de Notas, (2)) pelo que deve ser a espécie a fornecer de entre os seus membros a sua própria competição."
Nos humanos, a informação de suporte e definição da espécie, transmite-se por duas vias:
- A via genética na reprodução sexuada dos indivíduos e,
- A via epigenética,  dos valores, das atitudes,  da ciência e da tecnologia, as nossas crenças; a nossa cosmovisão, na reprodução da estrutura social.

O Homem herda dos seus antepassados pela genética e pela epigenética. 

A organização das sociedades humanas pode ser representada por classes, definidas em função dos parâmetros constantes da Pirâmide de Maslow (3) ,

 Se classificarmos as sociedades humanas, em função destas cinco classes de parâmetros enunciados por Maslow, podemos dizer que as elites (os que mandam, os poderosos)  têm todas as suas necessidades satisfeitas (estão no topo da pirâmide) .
Uma grande parte da população tem um poder limitado do nível 5 (hierarquias e algumas profissões técnicas )  e tem satisfeitas a maioria das suas necessidades dos níveis 3 e 4,  e quase completamente satisfeitas as necessidades básicas. São as chamadas classes médias.
Na base da pirâmide social, em larga maioria numérica situam-se as classes baixas  ( os que não têm quase nenhum poder ) e que, no máximo, apenas têm satisfeitas as necessidades básicas (fisiologia e segurança) e a ilusão de influenciar as decisões do poder instituído da elite, uma vez em cada quatro anos, nos países em que está instituída a chamada Democracia, atualmente adjetivada de Liberal .

É através da epigenética, que estamos a criar os seres que têm a possibilidade de nos sucederem no topo da pirâmide nos próximos tempos : as Inteligências Artificiais (IA)


Há contudo correntes filosóficas e organizações políticas, que defendem a aplicação em elementos escolhidos de entre as elites dirigentes, uma seleção distinta da seleção natural, modificando o genoma humano, de forma a que a próxima geração tenha propriedades programadas, que podemos classificar de super-homens ou semi-deuses, tais como: 
- vida extra longa; 
- resistência às doenças conhecidas;
- inteligêcia superior;
- capacidade de adaptação a ambientes distintos dos da Terra atual;
- força e resistência físicas muito superiores à dos humanos atuais;
- e a mais importante das características, que é a capacidade individual de automodificação da sua genética durante a sua vida .
Os defensores destes ideais supremacistas, defendem que só eles têm o direito de reprodução . E adicionalmente dizem que aos outros humanos, deve ser condicionada a reprodução, limitando o número, a localização e as capacidades, reduzindo-os à condição de escravos ou auxiliares inferiores .

Os países da Europa até ao início de 2019 estavam no bom caminho.

O processo civilizacional, em particular a generalização da 4ª Revolução Industrial na Europa, estava a proporcionar aos europeus uma verdadeira elevaçao do nível de satisfação das necessidades, incluindo as necessidades mais dependentes da epigenética, como o conhecimento, a tecnologia, a cultura e a partilha do poder através de sistemas de decisão democráticos e o controlo dos poderosos do topo, fazendo a fiscalização dos governantes e mesmo contra poder, através do chamado poder dos media que é a expressão das liberdades, suporte da democracia, das garantias constitucionais e da garantia prática do respeito dos Direitos do Homem pelas instituições do poder.
Tudo isto num clima de paz, solidariedade, sã convivência entre cidadãos com distintas culturas e cosmologias, cuja  tolerâcia e segurança, eram exemplo para o mundo. 
Criava-se riqueza a um ritmo sem precedentes, cujo o único grande defeito que ainda tinha, era ser feito através de um tipo de modelo económico do tipo liberal, (modo de produção capitalista liberal) que desprezava os efeitos indesejáveis da nossa pegada ambiental no presente, postergando a sua correção  para as futuras gerações e não se preocupava nem considerava as pessoas enquanto tal (5) dando  prioridade à proteçao ao funcionamento dos mercados sobre sobre a proteção ás  pessoas".
Antes de 2019 vivia-se com a sensação de estavamos em vésperas de conseguir passar de uma sociedade de escassez, para uma sociedade de  abundância, em que ninguém é deixado para trás, onde possa cair na faixa da pobreza, em que a maioria destes elementos da população, não tem as suas necessidades básicas satisfeitas.
Tínhamos o orgulho de ostentar as características de sermos modelos de países de sociedades bertas (4) segundo a perspetiva da Karl Popper.
A Europa acolhia toda a emigração , com a promessa implícita de esta poder usufruir do elevador social, representado pela U.E.  e era procurada pelos migrantes,| como um paraíso na terra, para os fugitivos da fome e da guerra, oriundos das outras partes do mundo.

No entanto, nuvens negras de tempestade capazes destruir os avanços civilizacionais conseguidos acumulavam-se no horizonte temporal da humanidade. 

Nas sombras e esconderijos de associações secretas de gente poderosa,  conspirava-se para bloquear o acesso dos povos à felicidade. 
Para isso, programavam-se guerras teciam-se e instigavam-se inimizades e xenofobias entre povos e classes, provocava-se o caos social alimentando extremismo e radicalismos e despoletavam-se pandemias,  como única solução para um problema causado pela sociedade de consumo que eles ciosamente defendem e se tornou impossível escamotear . 

O nosso nível de consumo crescente , combinado com o aumento populacional, estava a levar ao esgotamento dos recursos do planeta.

Para os "donos disto tudo" da elite mundiail, não lhes chega serem os donos dos monopólios multinacionais e pertencerem a clubes de "reflexão" sobre o futuro da humanidade ( eg Clube Bilderberg ou Forum Económico Mundial, G8, G20 e outros que tais) . 
Eles estão verdadeiramente apavorados com a possibilidade do acesso pela maioria da humanidade, ao usufruto generalizado dos vantagens materiais e espirituais resultantes da  transição digital e energética e da incompatibilidade verificada entre a sociedade de consumo que defendem e preconizam como modelo futuro e o combate às alterações climáticas atuais, que inequivocamente a ciência considera no mínimo terem sido despoletadas, senão completamente causadas pela atividade humana, especialmente a dos países de economicamente desenvolvidos.
  É que segundo o grupo de cientistas que redigiu o manifesto "One Earth for all" actualmente a Humanidade já consome 1,2 Terras ou seja 20% mais recursos do que aqueles que o planeta pode suprir.
Assim , os donos disto tudo, para poderem preservar os privilégios de que usufruem, viram logo que a  única solução , de aplicação imediata , que ocultava a sua culpa ( eles são os donos dos monopólios da energia, dos combustíveis fósseis, do capital financeiro, da indústria química , da indúpstria farmacêutica , da indústria alimentar e de tudo o mais que alimenta o grande consumo.) era ou reduzir o consumo mundial em 20% , o que geraria animosidade generalizada na população das classes mais baixas . Ou, em alternativa ,
reduzir a população em 20%, incidindo  especialmente  sobre estas classes mais baixas e os países mais pobres.
Para testar essa solução,  usaram supercomputadores e programas simuladores que já no ido Setembro de 2019 deram como altamente provável, o aparecimento de uma pandemia de vírus (na simulação usada nasceria no Brasil, numa exploração pecuária) que nos dois primeiros anos causaria 78 milhões de mortos, em especial nos países mais pobres. 
E o mundo viu a pandemia de COVID-19 nascer na China e espalhar-se rapidamente por todos os países, paralisando o planeta, durante quase um ano. 
Só que a Europa ultrapassou essa crise unida solidariamente, vencendo a doença sem pôr em causa os direitos liberdades e garantias cívicas.
Então esse mesmo grupo, do lado negro da humanidade, aplicou o plano B : 
- a guerra, que é a par das grandes catástrofes naturais , a maior destruidora dos recursos materiais e humanos acumulados pela civilização. 
Este este método contou com a ingenuidade das classes médias dos povos europeus, em especial do povo Russo e do povo Ucraniano, que  "enguliram" a preparação para a guerra,  por um suposto dever patriótico, exaltado pelos monopólios dos media,  orquestrados pelos "donos disto tudo",  pondo os povos uns contra os outros,  subjugando-os com crenças supremacistas, racistas e mitos xenófobos, utilizando a "Terapia do Choque" (6) e fazendo renascer na Europa, ideologias e comportamentos que se julgavam erradicados da sociedade, pelo sofrimento das grandes guerras do séc XX.
E os europeus viraram a sua visão para soluções que são um verdadeiro retrocesso civilizacional , como a guerra e os extremismos políticos,  que destrói capital físico social e humano , em valores e ritmos catastróficos, que comprometem a sobrevimencia da humanidade , da civilização e até da vida, precipitando o mundo no apocalipse da 6ª extinção em massa, a que o planeta vivo está sujeito.
Não nos devemos deixar enredar por paixões induzidas e por falsas notícias aos procurar os culpados destes crimes em curso. 
O poder oculto do lado negro não dorme, temos manter os olhos bem abertos, investigar friamente as razões profundas até chegar aos mandantes e levá-los ao julgamento de Salomão  conjuntamente com os seus cães de fila que ladram defesas dos direitos do homem nos areópagos internacionais, enquanto se despejam bombas sobre inocentes.

AS março de 2024



(1) https://pt.m.wipkipedia.org/wiki/Idade_das_trevas.
.(2)https://www.google.com/url?q=https://en.m.wikipedia.org/wiki/The_Notebooks_of_Lazarus_Long&sa=U&ved=2ahUKEwjzyNezsd2EAxX0RaQEHdR5CG4QFnoECAIQAg&usg=AOvVaw218y44serJIpDXNxNOGvh1
(3)https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow
(4) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Sociedade_aberta
(5) http://penanet.blogspot.com/2011/05/o-custo-total-dos-bens-e-servicos.html?m=1
http://penanet.blogspot.com/2019/01/a-transformacao-do-valor-economico-em.html?m=1
(6) https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Terapia_de_choque_(economia)

08 abril 2024

Hipótese Tenebrosa 2

CONTRA-VENENO ANTI-CIANATO


Assim temos necessidade de :

1-recursos de Defesa Armada ( Forças Militares dos 4 ramos : Exército, Marinha, Forças Aeroespaciais, Forças Militares do Ciberespaço e Robôs, isto é, aptas para Guerra de Nível 3.

 Forças de Polícia  de Investigação Criminal, Segurança Interna e Manutenção da Ordem Pública.

2-Recursos de Defesa Desarmada, proteção contra emergências, combate a catástrofes naturais ou assistência humanitária, bombeiros, serviço publico de alertas e assistência cívica.

(Estes serviços muitas vezes têm a designação genérica de Defesa Civil.)

3-Recursos de prevenção, deteção, seguimento e desmantelamento de atividades atentatórias dos Direitos Humanos e dos Direitos Liberdades e Garantias constitucionais.

Estes serviço ou funções devem ter um quadro ppermanente de recursos humanos complementado por um quadro de milicianos que seria fornecido através de um Serviço Cívico de Defesa obrigatório para todos os cidadãos maiores de 18 anos. A cada cidadão será dada a opção de escolha de Defesa Armada ou Defesa Desarmada tendo ambas um tronco comum de 3 a 6 meses de duração onde seria ministrada formação pessoal do corpo (ginástica, ordem unida, etc.) e do espirito (formação hábitos do espirito crítico, viualização leitura e interpretaçao de informação dos media), formaçao cívica (conhecimentos e utilização dos serviços e soluções tecnológicas públicas), formação patriótica (princípios de soberania, direitos liberdades e garantias, história e cultura portuguesas) e fundamentos de cosmovisão. 

Findo este tronco comum de “recruta” os jóvens cidadãos juravam bandeira e adquiriam a cidadania plena. Sem “juramento de bandeira” as pessoas não deveriam ser considerados de maioridade de direito. Não poderiam ser titulares autónomos de património (material, intelectual ou financeiro.) Não poderiam eleger ou ser eleitos para órgãos do estado ou de entidades particulares, não poderiam exercer profissões autonomamente, não poderiam obter ou usufruir de títulos de competência profissional certificada. Não poderiam litigar autonomamente na justiça. Seriam considerados cidadãos dependentes.

É óbvio que estas limitações acima enumeradas deveriam ser efetivas para todos os cidadãos apenas depois de um período

transitório não inferior a 20 anos

 adaptação da sociedade em que as medidas seriam implementadas paulatinamente e controlados os seus efeitos.

Finda a formaçao de recruta e após o juramento de bandeira cada cidadão candidatar-se-ia a uma ou mais especialidades de Defesa Armada ou Desarmada e frequentando pelo menos um curso habilitante, teorico-pratico, com duração mínima de um ano letivo, na modalidade presencial ou semi-presencial em que for admitido. Obtendo aproveitamento em provas nacionais de classificação, será titular de formação certificada na especialidade e poderá desempenhar a profissão titulada pelo diploma em entidades publicas ou privadas.  




Hipótese tenebrosa 1

"Vêm aí os Russos! " ( Filme sobre a guerra, do género comédia,  de Norman Jewison, 1966.).. Eram os tempos da Guerra Fria... Quem se lembra ? Vivíamos no terror permanente, de ser imolados, a qualquer momento,  num holocausto nuclear, provocado por uns copos de vodca bebidos a mais, pelo pessoal de turno,  nos silos de mísseis atómicos da Sibéria (e...os russos que conhecíamos bebiam sempre demasiado....), ou por alucinações provocadas, por consumo excessivo, de "Whiskey" pelos militares das forças de dissuasão americanas, nos seus "bunkers" enterrados no coração  das Montanhas Rochosas. 

Apesar da gravidade, gozavamos os de cá e os de lá. E, as visitas que fazíamos ao propagandeado paraíso do outro lado, mostravam uma discordante realidade mas, proporcionavam bons negócios segundo o ponto de vista de visitantes e visitados: trocava-se um par de calças Levis, por uma máquina fotográfica com lentes Leica. Eram os tempos do "Back in USSR", dos Beatles....

"A liberdade dos povos europeus decide-se campos de batalha da Ucrânia... Não nos falta coragem, nem combatentes... Faltam-nos, tanques, mísseis, aviões, drones  canhões e munições "( Vlodomir  Zelensky e em todas as mensagens que envia para os governantes e media ocidentais)

"O Czar Putin quer reconstituir  o Império Soviético! " ( Frase muito repetida na SIC pelo meu conterrâneo José Milhazes, Jornalista Português )

Esta discussão, no momento atual, está no debate político dos governantes e oposições, não só em Portugal, mas também, em quase toda a Europa e também entre a juventude dos países da NATO.

É um debate muito mediatizado e é também um tema muito usado por partidos populistas, na sedução dos seus votantes.

O que tenho verificado, é que esta discussão se faz com pouco recurso a argumentos objetivos e racionais e, pelo contrario, é feita com viés de vários tipos de carga emocional excessiva .

Essa carga emocional, fundamenta-se numa ameaça concreta ou imaginada, de um inimigo estrangeiro.

Com a atual situação das guerras Ucrânia-Rússia e Israel-Palestina, mesmo nas fronteiras da Europa, com a participação da logística da UE e da NATO nestes conflitos, a ameaça ganhou rostos plausíveis: 

–um inimigo concreto - A Rússia -

- um inimigo ideológico - O Islão na sua interpretação mais radical

-- um inimigo económico - A China

E segundo os seus políticos, os Europeus, ganharam, uma bandeira, um ideário comum, pelo qual devem lutar : 

-A Democracia Liberal, 

-o Direito Internacional e 

- a Economia de Livre Mercado.

Perdidos que estão, os patriotismos e soberanias nacionais, a favor de uma abstracta e não sentida, mas consentida, União Europeia, com a sua identidade cada vez mais adulterada por cosmovisões, religiões, culturas, práticas políticas e económicas, atitudes e valores, oriundas dos países do Leste Europeu, ex-satélites da União Soviética, verifico que os mesmos políticos preconizam o regresso do Serviço Militar Obrigatório, que, ainda há pouco, tinham desmantelado, em favor do Serviço Militar Profissionalizado, que então implantaram em toda a NATO.

O problema é que as juventudes europeias, incluindo as dos países beligerantes, não aderiu como era desejado por eles, a este guião do Globalismo ou Internacionalismo Capitalista.

Pelo contrário, aderiu a um guião nacionalista, xenófobo e mesmo racista, dos partidos populistas anti-sistema, vozes de uma extrema direita, cada vez menos liberal, mais intolerante, e com um  discurso de ódio, cada vez mais vincadamente fascista. 

Nas últimas eleições, estes partidos populistas, que atingiram 20% dos votantes em muitos países e, que já estão no governo, em países do leste e centro da Europa, cresceram muito eleitoralmente, influenciando as políticas : interna e externa da UE e, em particular, a sua Política de Defesa. Tentam convencer os contribuintes europeus que a sua sobrevivência, depende do valor  do Orçamento no campo Militar ao qual chamam de Defesa.

Para isso, as elites dominantes mundiais,  as verdadeiras faces ocultas, representantes do "lado negro da humanidade", prepararam as populações,  pelo menos desde a década de 70 do século XX, em que nas Seleções do Readers Digest se publicavam artigos a falar da "Cintura de fogo Islâmica da União Soviética"

Ou, no rescaldo do conflito Israel - Líbano , num documentário da BBC sobre os negócios do armamento, o negociante de armas Inglês Samuel Cummings (1) respondia à pergunta do entrevistador sobre onde seria a próxima guerra "- vai ser retalhado um país próximo da Europa dentro em breve ! ' e o documentário terminava com a frase: "Não será o Líbano! Porque já foi desfeito e dividido entre Israel Síria e Irão ".  A 17 de Agosto de 1990 começou o conflito étnico religioso, Denominado Guerra Civil na Jugoslávia, que levou ao desmembramento deste estado e espalhou durante mais de uma década: a destruição, carnificina e ódio, neste país então ainda formalmente socialista.

juventude europeia nascida depois de 1990, apresenta-se atualmente como a geração jovem, mais bem preparada e reivindica, cada vez mais cedo, uma participação mais ativa nas decisões,  tanto a nível político como a nível económico, invocando cognome supremacista de "nativos digitais".

Penso que esta visão que os jovens europeus querem passar de si mesmos, não corresponde à realidade. E também penso que, com a ingenuidade que colectivamente demonstram, são presas fáceis dos extremismos, em especial dos da direita.

Não estão mais bem preparados, apesar de terem frequêcia de mais anos de escolaridade média e universitária  e ostentarem mais diplomas do ensino médio e superior, pois, apenas sabem mais, sobre ciências e tecnologias , cada vez mais efémeras e de âmbito mais restrito. 

Note-se que o tempo médio dos ciclos tecnológicos, nas áreas da economia mais afetados pela digitalização, está em menos de dois anos. O que significa que: um jovem recém formado, ao terminar os estudos, pode já estar a precisar de reciclagem e formação adicional, em matérias supostamentevda sua esfera de competência, para não ser considerado profissionalmente obsoleto. 

Essa necessidade de aprendizagem contínua e estratégicamente orientada, para atualizaçao profissional ao longo da vida, esbarra no déficit de leitura e falta de vontade de aprender continuamente, apresentado, em média, pelas gerações mais jóvens.

 A sua alardeada familiaridade com as tecnologias digitais, não demonstra conferir-lhes vantagem competitiva sobre as IA e Robôs, mesmo nas operações militares.

As gerações jovens apresentam ainda deficits de cosmovisão, coerente com o estado atual da ciência e da tecnologia. 

São raros os universitários que leram o livro A 4ª Revolução Industrial, de Klaus Schwab; ou A Revolução do Algoritmo Mestre de Pedro Domingues; ou One Earth4All - Um guia de sobrevivência para a Humanidade, de Sandrine Dixon - Decleve

Apesar de muitos já terem instalada nos seus telemóveis, a APP com IA a fazer Tic Tocs de animações a partir de fotos deles ou dos amigos e de comandarem os seus Gadjets pela voz .

Por isso, embarcam tão facilmente em falsas notícias e falsos cenários divulgados sem qualquer controlo, pelas redes sociais, que frequentam. 

Em média, deixaram de perseguir um objetivo concreto, mesmo que utópico, para se contentarem em viver uma realidade virtual, em cenários apocalípticos ou pós -apocalípticos, baseados em mitologias primitivas, negacionismos e pseudo-ciência, propagandeados nos media, pela indústria dos jogos e por políticos populistas, sem escrúpulos, que agem a soldo de elites de face oculta, detentoras do capital financeiro e donas dos complexos económicos das indústrias de: 

- energia, 

- combustíveis fósseis

- química

- farmacêutica 

- agro-alimentar

- construção 

- transportes

- logística militar

- eletrónica digital

- tecnologias da informação e computação , e todas as demais, que possam ser monopolizadas pelo capital financeiro.

Não foi por acaso, que os desenhos animados que, inicialmente, contavam fábulas ou estórias, com a moral baseada nos valores da bondade, solidariedade, liberdade, ordem, patriotismo, respeito (pelas pessoas, pelos animais e  pela natureza, pelo bem público, pela privacidade, pela propriedade privada e coletiva,) passaram a fazer a apologia da violência e a desvalorizar a vida humana, enaltecendo pseudo heroîsmos e capacidade de matar ou cometer crimes. 

Não é por acaso, que as atuais maiores audiências nos programas de TV, estão nos “reality shows”, e nas redes sociais dos jovens (e... A doença já chegou aos memos jovens), onde se expõe a vida privada dos intervenientes, em situações de conflito ou de relacionamento amoroso e sexual. Intervenientes esses, que aceitaram trocar a exposição pública da sua vida íntima, por um efémero período de fama.

No fundo estão a criar na população exposta, especialmente na juventude, um clima de banalização do mal, que deixa as pessoas com referências erradas e, por isso, permeáveis à solicitaçao de comportamentos  extremistas.

 O sistema educativo estatal e privado, abandonou a transmissão de uma visão holística e integrada da vida real, e passou a transmitir apenas ciência e tecnologias muito parcelares. 

Um Sistema Educativo assim, que não transmite à geração seguinte, cultura e valores ou transmite a cultura e valores errados, em desacordo com as conquistas civilizacionais, não passa de um sistema instrutivo e para cúmulo, deficiente (“handicaped”).

Daí que, à juventude atual, lhe falte uma cosmovisão coerente coma civilização atual.

É interesse do estado colmatar estas falhas e dotar as gerações jóvens de sabedoria e valores conducentes com as necessidades nacionais globais.

Se elencarmos os desafios, perigos e ameaças ou insuficiências a que a sociedade portuguesa está sujeita, poderemos elaborar uma estratégia de defesa para os enfrentar, conter e eliminar. Isto significa que devemos fazer um plano de trabalhos com o respetivo caderno de encargos.

Os problemas, suscetíveis de resolução ou mitigação por intermédio de recursos de defesa podem organizar-se em três grandes grupos:

1–ambiente e recursos naturais 

2-alterações climáticas, catástrofes naturais geológicas ou siderais, emergências sociais, emergências sanitárias, nucleares, bacteriológicas e químicas

3- guerra, terrorismo, crime organizado, atividades subversivas do estado de direito ou atentatórias dos direitos humanos.

(1)https://en.m.wikipedia.org/wiki/Samuel_Cummings

19 fevereiro 2024

UM POVO RESIGNADO NUMA EUROPA SEM IDEIAS NEM IDEAIS

Quem não aprende as lições da História arrisca-se a ter de repeti-las. Foi há 128 anos, mas até parece actual.
 
 
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"UM POVO RESIGNADO E DOIS PAÍSES SEM IDEIAS", 
in Pátria"- Guerra Junqueiro (1896)

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias; um povo em catalisaria ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;
um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, — reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta;
Um clero desmoralizado e materialista, ignorante e sem fé, cujo Vaticano é o Ministério do Reino, e cujos bispos e abades não são mais que a tradução em eclesiástico do fura-vidas que governa o distrito ou do fura-urnas que administra o concelho;
Uma grande parte da burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavra, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida íntima, na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a venial e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provêm que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro;
Um exército que importa em 6000 contos, não valendo 60 réis como elemento de defesa e garantia autonómica;
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; 
este, criado de quarto do moderador; 
e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do país;
A Justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara a ponto de fazer dela um saca-rolhas;
 Dois partidos monárquicos, sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, na hora do desastre, de sacrificar à monarquia ou meia libra ou uma gota de sangue, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que eu dei no parlamento, — de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
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 Nessa época, tal como em outras anteriores ou noutras is próximas da atualidade, o mesmo povo, bem caricaturado por Rafael Bordalo Pinheiro, continua com a atitude semelhante e,  a elite jovem, a tal, denominada "mais qualificada", que dizem que brilha lá fora mas não encontra outra solução para os problemas, que não seja ressuscitar o "bafio" cá dentro. 
A dita competência, para grande parte de tal elite, parece não passar da mera ostentação de mais papéis de diploma, de uma cada vez mais efémera, mestria ou sapiência, sobre áreas cada vez mais limitadas do conhecimento. 
Esta falta de cultura eclética e a deficiência da cosmovisão desta geração da elite portuguesa mais jovem, infelizmente à semelhança das juventudes atuais da maioria dos países do mundo, manifesta-se na miopia da visão que têm do mundo e na missão que pensam que têm neste mundo.
Para eles o objetivo  é "consumir" em quantidades sempre crescentes e ilimitadas e ganhar o salário mais alto da carreira logo de entrada, baseando a sua meritocracia na suposta superioridade da sua preparação escolar e maior familiaridade e destreza no uso das Tecnologias da Informação. 
Têm uma visão messiânica de si próprios, consideram-se semi-deuses, destinados a salvar a nata da humanidade, aquela de que se acham ser os mais dignos representantes. 
Mas para tornarem verossímil o tal salvamento aceitam provocar o caos social, apoiando o retrocesso nos direitos liberdades e garantias constitucionais.