16 junho 2024

Poemas da Infância 3 - Contador de estórias


Quando tinha oito anos conteceu-me uma noite cerca das 22h estar acordado na cama (em 1961 não tínhamos televisão) sem conseguir conciliar o sono e

Queixei-me disso ao meu pai que me deu a receita de fazer de conta que estava a contar uma estória para os mais novos. Assim fiz e adormeci. Desde então. As melhores estórias que imaginava passava-as para um caderninho


Contador de estórias

de lendas e glórias,

passadas...

de viagens e contendas 

dos heróis das crianças,

presentes...

Gravas-nos na  memória

Outros feitos e lembranças,

de outras gentes...

E, por veredas e ruelas,

deixas no pó das estrelas, 

as marcas das tuas pégadas. 

Os contos mágicos que lanças,

criam sonhos nas crianças,

pasmadas...

com estórias de encantar:

de magos, heróis e vilões,

homens de lata, leões,

 bichos que sabem falar

e outras esquisitices,

de outras terras e outras gentes,

em tudo de nós tão diferentes,

que até colhem da árvore dos bifes,

a carne para se alimentar.

"E, nas suas deslocações,

até destinos bem distantes,

não vão como os demais viajantes.

Mandam abrir os portais 

E sem ser preciso usar

carros, barcos e aviões.

Basta-lhes atravessar

A superfície brilhante

Da janela que os conduz,

Por outras dimensões

Mais rápido do que a luz.

E fazem coisas de pasmar

Como ter um pé na terra

E outro no chão lunar. 

Com tal tecnologia,

Que por mais que a estude 

Não a distingo da magia."


(10 anos com uns retoques de 2024 ),


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