17 maio 2011

O custo total dos bens e serviços produzidos na era da 4ª Revolução

Nas fases anteriores da evolução da Humanidade os custos do desfrute dos bens e serviços (atualmente designados na gíria económica como custos de propriedade )  eram considerados como sendo apenas os custos de aquisição (custos de produção mais custos de armazenamento, mais custos de comercialização) e custos de manutenção. Estes custos eram pagos na aquisição pela totalidade no caso do custo de compra e eram pagos parcelarmente durante a vida útil do bem ou serviço, no caso da manutenção.
Atualmente com a temível herança de poluição e destruição ambiental que nos foi legada pelo sec. XX já se incorporam nos custos  presentes (custos de aquisição e manutenção) também os custos futuros da remoção, reciclagem e reconstrução da estabilidade ambiental.
O que se está a verificar é que as "taxas eco" termo autónomo na fatura que o consumidor paga, em muitos casos são insuficientes para custear a realização dos fins a que se propõem. Isto acontece porque são manifestamente sub-estimados os custos da remoção e reciclagem e ainda em muitos casos não são considerados os custos da reconstrução da estabilidade ambiental.
Por exemplo: os custos da reconstrução da estabilidade ambiental derivada do consumo de combustíveis fósseis é uma soma gigantesca cujo pagamento a nível das capacidades de produção atual da humanidade consumirá o esforço das gerações de vários séculos e apenas se estas passarem a levar um estilo de vida frugal, extremamente regrado, não acrescentando mais poluição àquela que já existe e além disso planearem com muito cuidado o seu número, para que a permanência no planeta terra não altere as condições ambientais de suporte à vida, como se tem feito até agora.
A Humanidade para se desenvolver ao mesmo ritmo que se desenvolveu nos sec. IXX e sec. XX precisa de dispor de energia transformável a uma taxa no mínimo equivalente ao triplo do consumo anual da atualidade (2011). Ora os recursos energéticos atuais têm sido maioritariamente suportados pelos combustíveis fósseis (gás, petróleo e carvão) cujos custos de remoção dos lixos e da compensação dos seus efeitos ambientais são mais de 10 vezes os custos atuais de comercialização ( cerca de 120 USD barril de petróleo). Isto significa que não estão a ser considerados estes custos e a energia que estamos a consumir está a ser paga pela geração atual a cerca de 10% daquilo que deveria ser. Mas alguém vai ter de pagar esses custos e os pagantes serão as gerações que atingirão a maioridade a partir desta data (2011) até pelo menos mais 50 anos se entretanto não tivermos despoletado consequência ambientais fatais para a vida na terra tal como a conhecemos atualmente.
O desenvolvimento da consciência ambiental na população do sec XXI em particular nas suas camadas jovens não consegue muito mais do que trazer à luz do dia o problema dos enormes custos, determinados pelo o atual modo de vida em sociedade e constantemente escamoteados pela classe política e por uma maioria da classe capitalista. O seu pagamento foi propositadamente adiado e propositadamente transposto para as gerações futuras da Humanidade e dos outros seres vivos.
Contudo os efeitos da destruição ambiental climática e biodiversidade começam a ser tão catastróficos (aquecimento global, desastres em centrais atómicas, etc.), que começa a ser difícil à classe política esconder a fatura.
As gerações presentes desde os adolescentes até aos reformados idosos têm de tomar consciência que o usufruto dos bens e serviços da sua comodidade não têm apenas os custos de aquisição e manutenção têm também os custos da reconstrução da estabilidade ambiental ( reciclagem e outros) e que para esses custos serem comportáveis para todos gerações presentes e futuras temos de basear o nosso modo de estar no mundo em três erres : Reduzir, Reutilizar, Reciclar.
O tempo das coisas descartáveis, do consumo sem regra e da elevação do dinheiro ao estatuto de deus tem os seus dias contados. Esperemos que já não seja demasiado tarde.

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