02 maio 2024

O primeiro de Maio 50 anos depois de ser libertado.

Parece que estamos a viver num mundo virado do avesso. 
Cito as mensagens da minha filha M D Subida (1), no diálogo que tivemos sobre o tema apesar de estarmos em continentes diferentes:
..... "Um abraço de primeiro de maio, para celebrar o dia em que o pensamento ocidental trata de convencer-nos de que só trabalhando, temos dignidade.
 Eu não estou de acordo. Cada ser humano deveria ser livre para escolher o que quer fazer da sua vida, e ser responsável pelas suas escolhas. 
Mas, infelizmente, não construímos uma sociedade que nos permita ser  responsáveis, em plena liberdade , através do amor e da educação.
 Portanto, o meu abraço é para lembrar que antes de sermos trabalhadores, somos natureza consciente. 
O trabalho sem consciência pode converter-nos em autómatos: tiranos ou escravos. Beijos 😘"
E então porque é que me parece que o mundo está virado do avesso?
 No debate, hoje, na SIC notícias, com participação de João Duque e João Maria Jonet, sobre: o trabalho, as remunerações e o sindicalismo, já se  discute abertamente a robotização e os postos de trabalho sem pessoas.
Eu já tinha feito perguntas sobre este tema, a um painel de eurodeputados , numa conferência que eles deram na U.P.  em 2017 .
Até aqui não há novidade. A  novidade foi o assunto ser tratado num meio de comunicação docial generalista. E , acima de tudo, o painel defender que devem ser os governos ocidentais, a dar prioridade a políticas de revitalização dos sindicatos.
E também, a defender que a formação e atualização dos trabalhadores, resultante das mudanças tecnológicas, deve ser deve ser feita desligada do posto de trabalho. 
Tudo isto às claras , em horário nobre, enquando num quadrante do ecrã, eram mostradas imagens das manifestações em várias cidades em Portugal e no mundo.
M D Subida respondeu: 
"Também acho lógico e até saudável, se for bem conduzido. A especialização só nos trouxe vantagens, em quadros de escravidão."
Continuei: 
Certo! O que achei  estranho foi o apelo aos governos neoliberais Europeus, para liderarem a revitalização  do papel dos sindicatos. No fundo eles sempre foram inimigos.
Porquê esta mudança súbita de atitude?
 Para pedirem ajuda e apoiarem os inimigos tradicionais, é porque prevêem algo muito mais perigoso. 
Como diz o ditado " Quando a esmola é grande , o pobre desconfia." Não achas?
MD Subida no Chile: 
"Ontem aprendi que no Chile, a estratégia neoliberal para desarticular os sindicatos, não foi acabar com eles. Pelo contrário! Defeniu-se que fossem aplicados à letra, os acordos vinculantes entre patrões/governo e trabalhadores, mediados pelos sindicatos. Portanto, se todos se beneficiavam através da luta de 2 ou 3, para quê sindicalizar-se? Portanto, deixar a revitalização síndical nas mãos do capitalismo extremo, é, para mim, uma tentativa clara de "controle" legitimado pelos mesmos que estão a ser controlados”.'
Argumentei: 
Essa razão eu vejo. Contudo, parece-me que nos estão a esconder. algo mais complexo, que está por trás desta proposta.
Outra coisa: Já viste , que a desigualdade salarial H-M é mais expressiva nas profissões mais qualificadas, excetuando as de trabalhos rurais. Esperava-se que nas profissões que exigem estudos universitários ou nas altas hierarquias, o desnível fosse menor, mas o estudo apresentado mostrou exatamente o contrário.   Todos os especialistas se interrogam: Porquê?
MD Subida:
Uma das coisas que trouxe a propriedade privada à vida humana, que parece ter nascido há 12000 anos, com a revolução tecnológica e social da transformação dos caçadores recoletores nómadas, em  agricultores sedentários, foi a supressão do feminino.
O capitalismo é ponto mais alto da sua instalação como regra na nossa  sociedade. Não me surpreende, portanto, que os patrões em Portugal ainda se mantenham fieis ao paradigma antigo."
.......
(1) https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=https://cl.linkedin.com/in/mariadulcesubida&ved=2ahUKEwj44siv6--FAxXPhf0HHQARC6gQjjh6BAgOEAE&usg=AOvVaw2afM_xDL2ReW9rM758woTs

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