30 maio 2013

Uma visão pós marxista da Teoria do Valor - 5

O valor de venda dos bens e serviços em função do Factor de Monopólio numa economia
Neste artigo procuraremos apresentar um modelo matemático que represente o funcionamento da economia partindo de conceitos base,  referenciais e unidades de medida comuns a outros ramos do conhecimento. Desse modo usa-se a valoração do trabalho como tempo multiplicado por um factor de ponderação quando adequado.
Assim consideraremos que o valor comercial dos bens e serviços (Preço de venda ou aquisição)  pode ser descrito genericamente pela expressão :
PV=a.TrabalhoHumanoDireto+b.TrabalhoHumanoIndireto+c.OfertaProcura+d.FatorMonopólio
em que a, b e d são coeficientes positivos e c pode ser positivo ou negativo
Relembremos o significado de cada uma destas parcelas :

- O trabalho humano directo ou presente - trabalho directo dos produtores pago na geração presente. É o tempo de trabalho remunerado dos trabalhadores intervenientes em todas as fases do processo produtivo (isto inclui o trabalho dos gestores, enquanto gestores, não inclui a remuneração do capital que se atribui à parcela lucro), dos projetistas, dos empregados administrativos, da logística, da distribuição e outros.

- O trabalho humano indirecto passado ou ausente - já pago no passado às gerações que o produziram e é consubstanciado no capital e nos meios de automatização da produção.

- A parcela OfertaProcura mostra que a mais valia ou lucro dos detentores do capital nos diversos escalões do circuito produção e distribuição (L), só pode existir num sistema de produção de mercado e depende claramente do facto de esse mercado ser ou não concorrencial. Neste artigo apresenta-se como uma parcela aditiva ( com sinal positivo ou negativo) porque mesmo no caso de mercadorias em que o valor das duas primeiras parcelas é tendencial para zero o preço final depende sempre da relação entre a oferta e a procura. Apresento como exemplo ilustrativo a venda dos impulsos telefónicos em que o custo actual de uma conversação por minuto é de menos de um décimo do cêntimo do euro mas continua a ser vendido por muitos cêntimos.

- A parcela FactorMonopólio apresenta-se como elemento independente que tem um valor não desprezável sempre que num determinado setor económico ou conjunto de mercadorias o número de produtores é reduzido e o mercado funciona cartelizado sem concorrência real.
Na maioria dos casos esta parcela não se reflete no lucro líquido disponível para o capital porque esta soma é gasta em ineficiências e custos estruturais. Os maiores exemplo são os bens e serviços produzidos e comercializado por monopólios nacionais e internacionais incluindo os serviços de estado. Para o consumidor fica apenas a sensação de que os bens ou serviços são mais caros do que o que deveriam ser....

Estas duas últimas parcelas apresentam valores independentes dos  "custos de produção e distribuição" derivados do trabalho humano direto ou do trabalho humano indireto (incorporado no capital).

Assim a fórmula genérica proposta para o custo de aquisição é:
Caq = ((Td+Ti)/TD)+Lucro+Fm

Uma visão pós marxista da teoria do valor - 4


Fator de monopólio

Definições
No âmbito deste artigo considera-se que existe este fator de formação dos preços dos bens ou serviços nas circunstâncias em que uma determinada produção ou distribuição chega ao consumidor através de uma cadeia de comercial (produção-distribuição-consumo) que inclua pelo menos um elo monopolista.
Do mesmo modo ainda no âmbito deste artigo define-se como condição de monopólio a condição de concorrência comercial em que se encontrem menos de 10 concorrentes por 100000 consumidores e em e que o volume de negócios desses concorrentes tenha peso da economia de pelo menos 0,1%. Nestas circunstâncias a formação dos preços não depende apenas do valor do trabalho humano incorporado mais o lucro dos detentores do capital dentro da cadeia produção-distribuição, mas tem um custo adicional proporcional ao grau de monopólio da cadeia comercial e ao seu tamanho absoluto da parte monopolista (quer em volume de faturação quer em orçamento geral)
O início da formação de monopólio
Verifica-se que os custos de estrutura de uma empresa por unidade de vendas são decrescentes com o tamanho da empresa (capital social combinado com volume de faturação) enquanto a empresa está inserida num circuito comercial concorrencial. Mas num mercado limitado (que não seja arbitrariamente crescente quer em volume de faturação quer em número de empresas) há um momento em que o crescimento das empresas se começa a fazer à custa da destruição das empresas que não conseguem crescer. Ou seja dá-se crescimento de alguns diminuindo muito o número total dos intervenientes no setor. A esse ponto chamo: o ponto inicial de formação de monopólio.
Nesse momento pelo menos alguns dos concorrentes, de acordo com a teoria dos jogos de Pareto descobrem que podem fazer cartelização ou seja tirar mais vantagens económicas combinando os resultados do jogo económico, em vez de competir. Assim se começam a formar os monopólios que uma vez estabelecidos deixam de ter necessidade de evoluir em eficiência económica. Para se manterem basta-lhes retribuir ao capital dividendos não decrescentes por unidade de capital investido. Os preços dos bens e serviços que comercializam deixam de ter uma relação exponencial inversa com a economia de escala e a evolução tecnológica, retardando no setor “a fase económica de cauda longa” tal como foi definida por Chris Anderson nos seus livros “A Cauda Longa” e “Free”.
Fatores que contribuem para a perda de eficiência económica nas empresas monopolistas
A economia como reflexo da atividade humana está condicionada às mudanças na sociedade. As mudanças que mais afetam a economia são as de caráter tecnológico e as alterações demográficas. São as alterações na tecnologia que permitem o aparecimento de novos bens e serviços ou a alteração qualitativa ou substancialmente quantitativa dos bens e serviços existentes e são as alterações demográficas, em especial as expansivas, que trazem a disponibilidade de mão de obra na produção e o aumento de consumo com efeitos económicos visíveis no mercado.
É evidente que estas duas condições são apenas condições necessárias mas não suficientes para a mudança, pois esta é um processo revolucionário. As empresas para enfrentarem a mudança precisam pois de ter características internas de grande adaptabilidade, como diversidade potencial nos seus produtos, na sua mão de obra e na sua estrutura interna. Ora é esta adaptabilidade nos produtos, na mão de obra, na maquinaria automática e na sua estruturação, que mais regride à medida que uma empresa vai crescendo até se tornar monopolista. Verifica-se que as empresas sobreviventes na fase de monopólio dificilmente mantêm eficiente leve e flexível a sua estrutura interna. Por estarem inseridas num mercado vasto com poucos ou nenhuns concorrentes deixam de ter a necessidade de eficiência económica na produção dos bens e serviços e com a cartelização explicita (combinada) ou implícita (não combinada) os preços e condições fornecimento dos bens ou prestação de serviços mantêm-se bastante mais gravosos do que poderiam ser em mercado concorrencial.
O peso deste fator não significa que do preço final é distribuído mais valor para os produtores primários (todo o trabalho humano necessário e suficiente para garantir o fluxo produção-distribuição consumo). De igual modo não significa sequer que contribua eficazmente para a acumulação de capital na cadeia económica quer por meio de mais dividendos monetários distribuídos aos detentores do capital quer por meio de investimento em meios de capital, tanto em maquinaria como em qualificação da mão de obra.
O que se verifica é que no preço final, cada vez têm mais peso, custos como os de marketing, as remunerações da hierarquia de topo quer ela seja ou não detentora de capital (e neste caso essa hierarquia é duplamente remunerada), os desperdícios em utilização de material e mão de obra (sendo neste caso relevantes os empolamentos de funções inúteis e megalómanas) e ineficiências quer na produção ( como a sub empreitagem - outsourcing - sistemática), quer na distribuição com longas cadeias de distribuição ( há uma frase popular que resume assim : com este lucro dá para tudo !).
Monopólios de capital público e monopólios de capital privado.
Consideram-se monopólios públicos todos aqueles em que a titularidade do capital não está predefinida para um número específico e concreto de cidadãos acionistas. Nesta categoria encontram-se as empresas e organismos estatais e também as empresas de capital aberto disperso em bolsa, as empresas detidas por fundos (de investimento ou outros).
Consideram-se monopólios privados todos aqueles em que a titularidade do capital está atribuída a um número específico e concreto de cidadãos acionistas . Nesta categoria encontram-se todas as sociedades limitadas que não pertençam a fundos, as sociedades cooperativas e as sociedades anónimas de capital fechado
As empresas monopolistas de capital público, seja este estatal ou particular, têm características de estrutura, de funcionamento, de gestão, de mentalidade e de comportamento da sua mão de obra (desde a gestão até ao executante mais baixo) muito semelhantes, podendo-se caracterizar por uma alta ineficiência económica, por um imobilismo e conservadorismo confrangedores e por um preço empolado nos bens e serviços que produzem. É neste setor onde mais se nota a influência do fator de monopólio na formação do preço final. Em termos de regimes de governação onde mais se notou esta influência foi nos regimes políticos dominados pelos partidos comunistas e afins. Esta foi uma das grandes razões da implosão dos regimes satélites comunistas do leste europeu. Eles criaram um tecido económico e social incapaz de se adaptar às mudanças do fim do sec XX e sec XXI. Neste tecido económico e social reinava a classe política (complexo militar industrial e Nomenklatura do partido ou partidos do poder), com uma mentalidade extremamente conservadora, completamente avessa à mudança, infetada pela corrupção de todos os níveis da sua estrutura e em qualquer lugar que se encontrasse na estrutura do estado ou da sociedade. Com esta mentalidade e comportamento os monopólios estatais e particulares (pois que também havia e há: veja-se o caso atual da China) afastaram-se completamente de um processo económico e social cuja tendência fosse Reduzir, Reutilizar e Reciclar ou seja serem eficientes. Sem remunerarem mais ou mais corretamente os produtores primários ( trabalhadores da cadeia produção distribuição) produziam bens e serviços obsoletos inúteis ou com custos empolados. Era o reino da burocracia com as suas inutilidades obsolescências.
Assim se vê que para o fator de monopólio contribuem os custos com as inutilidades ou desperdícios internos mas também os custos dos serviços estatais característicos da burocracia tão querida da classe política.

Continua.....

10 maio 2013

A sete passos de Deus ! 365 é o número do fim das ditaduras!

Em termos de comunicação ou difusão de informação podemos dar sete passos mas ao oitavo já só Deus nos pode ouvir!
Demonstração:
Pressupostos:
1 - O números máximo de contactos manuseável pelo ser humano ronda os 150 ( número de Dunbar) Isto está validado por muitas investigações experimentais nas redes sociais ( Twiter, Facebook e outras)

Citando artigo publicado e Comunicação on-line:
"Cérebro humano tem capacidade para lidar no máximo com 150 relacionamentos no Facebook.

Muita gente se vangloria de ter centenas de “amigos” no Facebook, a rede social online de maior sucesso. Mas estudo feito por um professor da respeitada universidade de Oxford, na Inglaterra, mostra que, mesmo estes usuários mais ativos só conseguem se relacionar de verdade com, no máximo, 150 pessoas.

Em entrevista ao Times Online, o autor do estudo, professor de Antropologia Evolucionista na Oxford University, Robin Dunbar, afirma que o número revelado pela pesquisa vem se mantendo inalterado em diferentes sociedades, ao longo da história. “Você pode ter 1500 amigos (online), mas quando olha o tráfego nos sites, verifica que a pessoa mantém o mesmo círculo de até 150 pessoas que tem na vida real”, garante ele.

O professor Dunbar se tornou conhecido por pela teoria do “Número de Dunbar”, segundo a qual, a parte do cérebro que processa a linguagem e os pensamentos conscientes permite ao ser humano lidar apenas com até 150 amigos, não importa o número de pessoas com as quais ele esteja em contacto.

O académico fez a experiência com o Facebook para ver se seria possível, através da rede social, expandir a rede de amigos. O resultado, anunciou ele,  deu os mesmos 150 dos estudos anteriores."


2 - Dos 150 contactos possíveis apenas se comunica mutuamente com 20 uma ou mais vezes por semana (Número de Dunbar restrito).



Cálculos
Assim se  cada pessoa mandasse uma mensagem para os seus amigos chegados (do grupo dos 20 preferidos) e cada um deles fizesse o mesmo ao fim de sete reenvios a mensagem tinha chegado a
20⁷=1 280 000 000  pessoas (mais do que a população da Índia)
Ao fim do oitavo passo teria chegado a 20⁸=25 600 000 000 pessoas se houvesse população humana suficiente
Como não há gente que chegue, já só Deus é que pode receber a nossa mensagem
 

O número do fim das ditaduras
No final da década de 70 do sec XX investigadores americanos chegaram à conclusão que nenhuma Ditadura sobrevivia mais do que 5 anos após existirem na sociedade mais de 67 telefones por mil habitantes. 
Se considerarmos este o número de Dunbar restrito para os telefones, e considerarmos que uma determinada informação complexa  demora um dia a ser recebida digerida e reenviada, então para um país de 50 milhões de habitantes precisaríamos de 5 dias para que todos os cidadãos recebessem a mensagem pois
67⁴= 20 151 121
67⁵= 1 350 125 107
em  5 anos difundiríamos 365x5:5= 365 mensagens relevantes diferentes
Este é o número do fim da besta do mal!