15 abril 2020

Da Guerra 3


Apresentação de uma situação de guerra de nível 3
Na concessão clássica de guerra, os beligerantes procuram ocupar a posição alta, ou seja a posição que lhe permita observar o inimigo sem ser notado, ou no caso de ser visto, ter mais possibilidades de manobra do que este. Isto significa ter uma vantagem mesmo antes da luta começar, o que poupa recursos e muitas vezes permite mesmo ganhar a guerra quase sem luta.
Por definição as armas de nível 3 são sempre posição alta em relação às armas de níveis inferiores. As forças militares dos países mais desenvolvidos atualmente estão a fazer o seus atos de guerra iniciando sempre por acões de nível 3 e, a começar pelos USA, ninguém declara guerra antes de iniciar os bombardeamentos aéreos. Tenta-se sempre atacar de surpresa, furtivo, sem que os elementos das nossas forças e exponham a ser descobertos . Isto implica usar serviços de inteligência ou armamento com AI incluida e autonomia como drones mecânicos ou manodrones, os ainda drones biológicos . Os  vírus enquadram-se nesta última categoria.
É evidente que o uso de vírus como arma parece moralmente condenável e até um crime repugnante. Usar vírus como arma, por ser uma de destruição macissa que afeta o setor civil do inimigo, é punido pelo direito internacional, pois as leis da guerra destinam esta, "arte" apenas a uma classe decidãos: as forças armadas. Pelo direito internacional o uso de armas biológicas é considerado crime de genocídio, punível pelo Tribunal Penal Internacional e, por isso , ninguém assume que as tem ou que as investiga, fora do âmbito da saúde.
Contudo, todas as grandes potências e até as pequenas belicosas, ( e supostamente vários grupos radicais terroristas), têm laboratórios dedicados ao seu estudo que presumivelmente são capazes de os fabricar (não se sabe se já é possivel fabricá-los de raíz ou apenas se consegue manipular os existentes).
Vamos de seguida analisar mais em detalhe o caso dos vírus.
Os vírus são organismos que a ciência atual não considera seres vivos pois não obedecem ao critério de F . Varela e H. Maturana (seres vivos são seres capazes de autonomamente criarem e manterem todos os seus blocos constituintes, incluindo os destinados à sua reprodução, ou seja, são seres dotados de autopoiese). Não se sabe se apareceram antes dos seres vivos atuais ou depois, se vieram do espaço exterior ou se foram criados localmente pela natureza, no chamado "Caldo químico primordial", onde se supõe que nasceu a vida na terra.
Para o âmbito deste artigo consideraremos que os vírus são organismos probióticos, transportadores de uma receita para fabricar proteínas que processada pela estrutura interna de um ( ou de alguns) organismo (s) específico(s) em que o vírus possa penetrar, cria clones dele mesmo, que depois de matar o hospedeiro, se espalham pelo ambiente circundante.
Pode-se ter uma visão genérica destes seres num manual para profissionais de saúde da farmaceutica MSD.
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/v%C3%ADrus/vis%C3%A3o-geral-dos-v%C3%ADrus
ou ainda
https://super.abril.com.br/especiais/virus-vida-e-obra-do-mais-intrigante-dos-seres/
https://m. biologianet.com/biodiversidade/virus.htm
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/biovirus.php
O "main stream" da ciência divide os vírus em 7 categorias conforme a constituição do seu material genético (2 de DNA;3 de RNA;2 de retrovirus, segundo David Baltimore ) . Contudo, estão sempre a ser descobertos novos tipos, como um curioso vírus encontrado num lago artificial no Brasil que é composto por 4 partes que se podem transmitir separadamente , ficando o vírus ativo quando 3 se encontram dentro do mesmo hospedeiro. Este último vírus , cuja origem se desconhece, parece-se mais com uma bomba relógio genética do tipo das profusamente descritas nas obras de Ficção Científica sobre calamidades.
A experiência atual demonstra que ainda nos falta aprender muito sobre vírus, quer para poder aplicá-los a nosso favor (por exemplo como vetores para terapia genética em certas doenças), quer para combater os seus malefícios na doença ou como arma na guerra.
Voltando ao tema central deste artigo: a guerra de nível 3 que pode ser desencadeada contra um inimigo estruturado organicamente, cujos processos e estados são do nosso conhecimento. contra este tipo de inimigos é mais barato meter um "grãozinho na engrenagem ", bloqueando ou modificando o seu funcionamento, do que atacá-lo pela força.
Este é o caso das sociedades humanas urbanas globalizadas. A crise do COVID 19 demonstra até à evidência quão frágil é a nossa sociedade e como é fácil desestabilizá-la e mesmo destruí-la. Isto evidencia que na guerra de nível 3 é preciso ter um sistema de defesa efetivo e funcional muito mais completo do que forças armadas. Assim vamos enunciar alguns princípios gerais:
1- Redundância de funções, processos, estruturas e stoc de reserva de produtos e pessoas
2 - Controlo de qualidade de  produtos  e fiabilidade de processos locais e globais (com muitos Check points)
3 - Controlo de fronteira e intrusão
4 - Eliminar produtos nocivos e elementos estranhos (policiamento ativo - anticorpos)
5 - Planeamento e supervisão central com automatismos autónomos nas estruturas locais.
Isto parecem verdades de La Palice mas, se observarmos bem, foram estes princípios simples que não foram respeitados na construção da nossa sociedade e da nossa organização económica. É isto que está a falhar nesta crise que atravessamos.
A economia das sociedades com modo de produção capitalista na sua fase atual é a economia da sociedade de consumo. Produz-se para o imediato funcionando tudo numa cadeia"just in time" sem stock nem redundância de circuitos, processos e estruturas. Apesar da tecnologia o permitir, as nossas unidades industriais não são multi-funcionais e têm um baixo poder adaptativo, interrompendo-se a produção de bens e serviços essenciais ao primeiro percalço. Falhamos logo na primeira condição de defesa contra um ataque de nível 3. Falhamos também no segundo ponto: não temos controlo eficaz dos processos sociais. Falhámos clamorosamente no controlo de fronteira. Por isso esta epidemia se transformou uma catástrofe mundial em menos de 4 meses.
Por último verificando a falta de um planeamento e supervisão mundiais e também não se mostraram eficazes os poderes nacionais e locais.
Podemos dizer que a humanidade falhou redondamente na prevenção e na primeira linha de combate . Não estávamos preparados para guerra de nível 3 e ainda não conseguimos identificar o inimigo. Não sabemos se é interno ou uma ou várias espécies externas distintas. O inimigo, aquele que se está a defender ou beneficia da nossa incapacidade de defesa, continua furtivo, com o seu exército de "drones" a atuar para lá do horizonte, expandindo-se à custa dos nossos recursos.
continua...

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