Perante os efeitos da temível herança de poluição e destruição ambiental, que todos os povos sentem e nos foi legada pelos países industrializados dos sec. XVIII, IXX e XX e que continuamos a aumentar neste 1° quarto do séc XXI, atualmente, já se incorporam nos custos presentes (custos de aquisição e manutenção) também parte dos custos futuros da remoção da pegada ecológica, reciclagem e reconstrução da estabilidade ambiental.
Por exemplo: os custos da reconstrução da estabilidade ambiental, derivada do consumo de combustíveis fósseis, é uma soma gigantesca, cujo pagamento, ao nível das capacidades de produção atual, da humanidade, consumirá o esforço das gerações de vários séculos e, apenas, se estas passarem a levar um estilo de vida frugal, extremamente regrado, não acrescentando mais poluição àquela que já existe e, além disso, planearem com muito cuidado o seu número, para que a sua permanência no planeta terra, não altere as condições ambientais de suporte à vida, como se tem feito até agora. Segundo os autores do livro One Earth4All, a Humanidade está a consumir recursos como se a superficie do nosso planeta fosse 20% maior.
A Humanidade para se desenvolver ao mesmo ritmo que se desenvolveu nos sec. ÇXIX e sec. XX precisa de dispor de energia transformável a uma taxa no mínimo equivalente ao triplo do consumo anual da atualidade . Ora, os recursos energéticos atuais têm sido maioritariamente suportados pelos combustíveis fósseis, (gás, petróleo e carvão) cujos custos de remoção dos lixos e da compensação dos seus efeitos ambientais, são mais de 10 vezes os custos atuais de comercialização ( cerca de 90 USD barril de petróleo). Isto significa que não estão a ser considerados estes custos e a energia que estamos a consumir, está a ser paga pela geração atual a cerca de 10% daquilo que deveria ser.
O desenvolvimento da consciência ambiental na população do sec XXI, em particular nas suas camadas jovens, não consegue muito mais do que trazer à luz do dia o problema dos enormes custos, determinados pelo o atual modo de vida em sociedade. Custos.. esses, constantemente escamoteados pela classe política e por uma maioria da classe capitalista. O seu pagamento foi e continua sendo propositadamente adiado e propositadamente transposto para as futuras gerações da Humanidade e dos outros seres vivos.
As gerações presentes, desde os adolescentes até aos reformados idosos, têm de tomar consciência que o usufruto dos bens e serviços da sua comodidade, não têm apenas os custos de aquisição e manutenção, têm também, os custos da reconstrução da estabilidade ambiental ( reciclagem e outros) e que para esses custos serem comportáveis para todos: gerações presentes e futuras, temos de basear o nosso modo de estar no mundo em três erres : Reduzir, Reutilizar, Reciclar. Temos de mudar o atual modo de produção capitalista que por definição é uma economia não planificada, de sistema aberto, de pressupostas fontes de energia e matérias primas inesgotáveis e ilimitada capacidade de absorção de detritos, para um modo de produção com uma economia de sistema fechado - a economia circular, que, pela sua natureza de economia fechada, tem de ser uma economia muito bem planificada, ao nível do consumo, tanto em quantidades, como em tipos permitidos de consumíveis.
O tempo das coisas descartáveis, do consumo sem regra e da elevação do dinheiro ao estatuto de deus, tem os seus dias contados. Estamos digir-nos em direção às portas do Apocalipse e temos de inverter o nosso comportamento. Esperemos que não seja já demasiado tarde...