Este é o teor de um artigo assinado por um alto titular de cargos públicos da classe política europeia :(citação) " O economista-chefe do Deutsche Bank, Thomas Mayer, considera que seria «muito útil» uma investigação em Portugal às causas da crise, mas recusou um inquérito em que sejam apontados culpados." (fim de citação)
Efectivamente na Democracia Representativa a classe política goza de imunidade institucional, sendo extremamente difícil levar os seus membros a tribunal, mesmo quando com as suas acções ou omissões, causam prejuizos materiais de biliões, muitas vezes prejuízos morais, mesmo a morte e a desgraça de milhões.
Segundo os representantes dos partidos políticos, o simples facto de haver eleições para eleger de entre eles os deputados "representantes" do Povo, é condição necessária e suficiente para legitimar a Democracia e tornar esse mesmo Povo único responsável pelas consequências da gestão da coisa pública feita por esses mesmos eleitos.
Esta ideia mistificadora da Democracia como regime em que os cidadãos participam da gestão da coisa pública no condomínio que é o estado, está cada vez mais posta em causa pelos cidadãos que não se revêem nas acções da classe política nem nos argumentos do sr. Thomas Mayer.
Começa a ficar socialmente consolidada a ideia de que os eleitos têm de prestar contas do mandato que receberam e não apenas contas políticas como eles querem. É evidente que qualquer regime de cidadania participante só pode ser um Estado de Direito em que o Poder Judicial seja o poder supremo ao contrário do que é agora, em que o Poder Político em parceria com o Poder Económico são os poderes supremos.
À classe política não lhe convem o julgamento cível ou criminal pelos actos e omissões que cometem. Mas o mundo está a mudar. Tal como há quinhentos anos a Terra deixou se ser o centro do Universo, pela mão de Galileu Galilei, também a Classe Política vai deixar de ser o centro do poder nos regimes de governo que se aproximam.
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