17 maio 2011

Os milionários americanos vão para a política por razões de status e respeito social. Os políticos portugueses vão para a política para ficarem milionários mesmo que percam o respeito social.

Este é um mal que atinge não apenas os dirigentes de cúpula dos partidos mas até os simples deputados municipais (vereadores ou não). A corrupção não é um pecado individual. É uma prática colectiva baseada no compadrio e tráfico de influência que é a base do sustento e crescimento da classe política.
Como exemplo próximo apresento um empreendimento de um hospital que foi patrocinado por um deputado de um dos partidos do arco do poder, que de forma interessante impôs ao investidor como condições do seu patrocínio: um determinado gabinete de projectos manifestamente impreparado para esse tipo de empreendimentos, que produziu um projecto e baixa qualidade, mas não contente com isso impôs como empreiteiro geral uma firma já com currículo de gestão duvidosa e de baixa qualidade técnica que por acaso foi declarada insolvente durante a realização da obra, deixando dezenas de pequenos sub-empreiteiros e trabalhadores na miséria e quase pondo em causa a execução desse hospital.
Mas mais grave ainda foi que esse deputado nem sequer foi eleito para as duas legislaturas nacionais durante as quais se realizou a obra. Ou seja o corrupto burlou mesmo até os seus corruptores. Mas garantidamente recebeu um benefício por "trabalho" que nem sequer concluiu sem nunca ter prestado contas à justiça por esta e por outras acções.
É assim a classe política portuguesa enriquece ilicitamente e bloqueia as leis que visavam criminalizar o enriquecimento ilícito (veja-se o comportamento do grupo parlamentar do PS.)

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