Neste texto vou abordar a importância do cristianismo na civilização actual de um ponto de vista não religioso ou seja excluindo as questões de fé.
De um ponto de vista não religioso poderemos considerar a influência do cristianismo nas suas vertentes: filosófica, moral e "praxis" e a forma como esta "filosofia" influenciou e influencia o modo de ser e estar da humanidade actual.
Apresento abaixo os factos e marcos relevantes que suportam as minhas conclusões.
O ponto de vista não científico
Segundo as crenças judaico cristãs: "No princípio era o caos ... e o espírito de Deus pairava sobre as águas... e Deus disse faça-se a luz. Génesis Cap 1 Ver 1a3"
Os pontos de vista da ciência e do pensamento independente
O início dos tempos : a primeira revolução no universo
Correspondendo a esta ordem, divina para os crentes, natural para os não crentes, há cerca de 13,8 mil milhões de anos deu-se o primeiro acontecimento revolucionário....
O caos do vácuo quântico da Singularidade Inicial, uma isotropia pontual, sem dimensões, de súbito, adquiriu a dimensão do tempo conjuntamente a criação explosiva do.espaço por decaimento do vácuo quântico . O relógio cósmico começou a trabalhar e desse nada fez brotar a energia que de seguida se transformou em matéria, criando o espaço e o tempo juntos e depois...
“Todo o mundo é composto de mudança”- Luis Vaz de Camões em “Os Lusiadas”
Desde então muitas revoluções se passaram no Universo até se chegar à Humanidade. E nos tempos da Humanidade muitas revoluções tecnológicas e sociais aconteceram.
Nos tempos do Homo Sapiens, há dois mil anos, deu-se uma revolução determinante para a civilização actual .
A primeira revolução da igualdade - A universalidade da individualidade e da dignidade
O Cristianismo que se iniciou como fé e prática de pobres, escravos e proscritos entre os Judeus e outras etnias do Império Romano, estabeleceu como valor universal que:
TODOS OS HOMENS SÃO INDIVÍDUOS, IGUAIS PERANTE DEUS
Esta simples assumpção, ao tempo não foi pacífica no ocidente nem no Oriente, pois que continha em si duas premissas: a da individualidade dos seres humanos e ao mesmo tempo a da igualdade perante o que quer que se considerasse ser ou seres superiores ( e os respectivos "representantes" na terra), ou seja não há homens ou povos que sejam intrinsecamente mais dignos do que outros.
Esta assumpção colocou pela primeira vez ao mesmo nível : o rei , os nobres , os escravos , os ricos e os pobres. Admite que todos respondem pelos seus actos, e têm mérito independente da classe de origem.
A propagação desta ideia foi , na minha opinião, o ponto de partida necessário e suficiente que abriu as portas para um caminho civilizacional que a Humanidade percorreu até chegar aos nossos dias. Não foi um caminho a direito , antes foi um percurso pontualmente errático, com progressos e refluxos em períodos limitados de tempo, mas que a História constata que teve uma só direcção e um só sentido, se a escala de medida considerada para o tempo, for a escala dos séculos.
Quase 1800 anos depois uma classe social, com quase 600 anos de existência, ascendeu ao poder em França e iniciou uma nova revolução.
A segunda revolução da igualdade - A universalidade no acesso à Lei
A revolução republicana e capitalista liberal Francesa continuando a revolução do Cristianismo estabeleceu que:
TODOS OS HOMENS SÃO INDIVIDUOS IGUAIS PERANTE A LEI DO ESTADO,
sob o lema: "Liberdade, Igualdade e Fraternidade"
Em 1917, como corolário das duas primeiras revoluções a classe operária, com apenas cerca de 200 anos de existência , iniciou outra revolução.
A terceira revolução da igualdade - A universalidade no acesso à determinação da distribuição dos bens materiais.
A revolução socialista na Russia na senda do Cristianismo, mesmo que os seus promotores se apodassem de laicistas e até ateus, estabeleceu que:
TODOS OS HOMENS SÃO INDIVÍDUOS IGUAIS PERANTE OS BENS MATERIAIS
Apenas algumas décadas depois, no último quarto do sec XX, em quase todos os países economicamente desenvolvidos, deu-se uma nova revolução com a participação de quase todas as classes sociais
A quarta revolução da igualdade - A universalidade no acesso equitativo aos bens espirituais.
A revolução Cientifico-Técnica continuando ainda na senda Cristianismo, apesar de ideologicamente suportada pela comunidade científica académica, maioritariamente ateia, está a estabelecer que:
TODOS OS HOMENS SÃO INDIVÍDUOS IGUAIS PERANTE OS BENS ESPIRITUAIS
A essência da quarta revolução da igualdade
Os valores acumulados nas sociedades humanas ao longo de dois mil anos de predominância da filosofia de vida dos cristãos, estão hoje sedimentados e aceites, quer pelos leigos, quer pela comunidade científica e estão consagrados na Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Esses valores são:
- A individualidade humana é universal e equipotente.
Quase 1800 anos depois uma classe social, com quase 600 anos de existência, ascendeu ao poder em França e iniciou uma nova revolução.
A segunda revolução da igualdade - A universalidade no acesso à Lei
A revolução republicana e capitalista liberal Francesa continuando a revolução do Cristianismo estabeleceu que:
TODOS OS HOMENS SÃO INDIVIDUOS IGUAIS PERANTE A LEI DO ESTADO,
sob o lema: "Liberdade, Igualdade e Fraternidade"
Em 1917, como corolário das duas primeiras revoluções a classe operária, com apenas cerca de 200 anos de existência , iniciou outra revolução.
A terceira revolução da igualdade - A universalidade no acesso à determinação da distribuição dos bens materiais.
A revolução socialista na Russia na senda do Cristianismo, mesmo que os seus promotores se apodassem de laicistas e até ateus, estabeleceu que:
TODOS OS HOMENS SÃO INDIVÍDUOS IGUAIS PERANTE OS BENS MATERIAIS
Apenas algumas décadas depois, no último quarto do sec XX, em quase todos os países economicamente desenvolvidos, deu-se uma nova revolução com a participação de quase todas as classes sociais
A quarta revolução da igualdade - A universalidade no acesso equitativo aos bens espirituais.
A revolução Cientifico-Técnica continuando ainda na senda Cristianismo, apesar de ideologicamente suportada pela comunidade científica académica, maioritariamente ateia, está a estabelecer que:
TODOS OS HOMENS SÃO INDIVÍDUOS IGUAIS PERANTE OS BENS ESPIRITUAIS
A essência da quarta revolução da igualdade
Os valores acumulados nas sociedades humanas ao longo de dois mil anos de predominância da filosofia de vida dos cristãos, estão hoje sedimentados e aceites, quer pelos leigos, quer pela comunidade científica e estão consagrados na Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Esses valores são:
- A individualidade humana é universal e equipotente.
- A responsabilidade pelos actos de cada ser humano é individual e não está limitada no seu espaço e tempo de vida. A responsabilidade de cada ser humano em relação aos bens materiais e espirituais não se limita na escala temporal e espacial do seu lugar de vida, mas estende-se a todo o planeta, a todos os outros seres vivos e aos tempos das gerações futuras. Isto está materializado na consciência, legislação e práticas ecológicas.
- A igualdade perante a lei
- A igualdade no acesso equitativo ao usufruto dos bens materiais quer da natureza quer de produção humana.
- A igualdade no acesso equitativo ao usufruto dos bens materiais quer da natureza quer de produção humana.
- A igualdade no acesso ao conhecimento comum e à troca universal de informação, consubstanciadas na universalidade do direito à educação e à comunicação dos conhecimentos (liberdade de imprensa) de que a Internet e os comunicadores pessoais são a expressão tecnológica mais visível na actualidade.
Estes são os valores civilizacionais da quarta revolução da igualdade, que no Sec. XXI se estão a tornar parte integrante da consciência de todos os Homens, quer o queiram ou não queiram admitir:
- Os crentes
- Os ateus e demais não crentes
- As hierarquias das igrejas
- Os leigos das igrejas das diversas crenças.
- As hierarquias sociais
- A classe política dominante
- As outras classes sociais
- As comunidades científicas
- Os revolucionários e os reaccionários
É esta a marca da identidade da Humanidade no Sec XXI
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